Como avanços na área da saúde, infraestrutura e outras comodidades da vida moderna, a população do planeta não para de crescer. Hoje somos mais de 7,7 bilhões de pessoas no mundo e, de acordo com a Organização das Nações Unidas, podemos chegar a 8,5 bilhões em 2030. Com este crescimento, aumenta também a demanda por alimentos. 

Acontece que, com a exploração extensiva de matérias-primas não-renováveis, a produção de alimentos é aumentada de duas formas: ampliando as áreas cultiváveis ​​ou as doses de fertilizantes. Além disso, ​​os recursos globais estão se esgotando em ritmo acelerado, o que também provoca um aumento em seus preços. É aí que o modelo de produção linear que predomina atualmente é confrontado com limites.

Durante muito tempo, a indústria de fertilizantes nunca se interessou pela valorização, nem pela reutilização, de recursos renováveis ​​para o desenvolvimento de fertilizantes, uma vez que este setor se baseava em tecnologias tradicionais utilizando matérias-primas fósseis, que consomem grandes quantidades de energia e causam a contaminação da água, a perda de nutrientes e a deterioração do solo. Estima-se que até 50% dos nutrientes dos fertilizantes volatilizam para a atmosfera ou são lixiviados para as águas subterrâneas.

Por isso, repensar o ciclo dentro de um contexto da Economia Circular, com a produção de fertilizantes em “circuito fechado” já é uma realidade a ser enfrentada. Algumas das matérias-primas precisam ser substituídas por biomassas residuais, por ex. resíduos agrícolas ou resíduos alimentares. Fechar esse ciclo evitaria que os nutrientes dos fertilizantes fossem perdidos no meio ambiente e se transformassem em poluentes. A ideia de circularidade deve incluir a utilização de subprodutos de um setor industrial como novas matérias-primas em outro setor.

Para fazer a transição eficiente de uma economia baseada em fósseis para uma economia bio-baseada, a recuperação de nutrientes dos fluxos de resíduos deve ser considerada. A troca de fertilizantes minerais por alternativas de base biológica é uma direção importante para a recuperação de materiais e energia.

Entre os recursos renováveis ​​disponíveis hoje, os resíduos de alimentos (especialmente resíduos agrícolas e resíduos de processamento de alimentos) podem ser efetivamente convertidos em fertilizantes bio-baseados. Isso reduziria o impacto ambiental dos fertilizantes tradicionais à base de matérias-primas fósseis, melhoraria os níveis de nutrição dos solos, diminuiria a necessidade de produtos químicos sintéticos e teria grandes benefícios no setor de alimentos.

É uma alternativa promissora tanto para a valorização do desperdício de alimentos quanto para ajudar a fechar o ciclo na indústria de fertilizantes. Isso reduzirá a pressão ambiental da eliminação de resíduos, trará renda adicional para a indústria de alimentos, beneficiará diretamente as regiões agrícolas e, mais importante, reduzirá o uso de fertilizantes sintéticos.

Solucionar os desafios do abastecimento de alimentos hoje passa por uma revisão dos processos produtivos como um todo. Desde a utilização de fertilizantes NPK até o uso de defensivos agrícolas de elevada toxicidade. Desta forma, a Regenera vem desenvolvendo soluções sustentáveis, de impacto positivo no planeta e na saúde das pessoas, através do uso inteligente e sustentável de recursos renováveis disponíveis em nosso país.